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O bombocado do dr. Ulyssses

 

21/08/2020

 

O eterno líder do (P)MDB, dr. Ulysses Guimarães, costumava: “em política, quem faz o bombocado nem sempre consegue saboreá-lo”.

Com essa frase de efeito, Ulysses queria dizer que um governante pode passar a sua gestão inteira fazendo uma obra e, no final, acaba deixando para o seu sucessor inaugurar e levar a fama.

De uma certa maneira é o que está acontecendo com o presidente Jair Bolsonaro

que, segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada há uma semana, constatou um “surpreendente” aumento de aprovação de seu governo.

Todos são unânimes em afirmar (do nosso amigo ao experiente jornalista Claudio Humberto, de Brasília) de que esse repique de popularidade do grande Jair se deve, em grande medida, ao auxílio emergencial que está sendo pago às populações mais vulneráveis.

Justiça seja feita, a ideia de pagar essa espécie de bolsa-família extra germinou no Congresso Nacional, quando alguns deputados mais responsáveis (sim, senhor, eles existem!) perceberam que era preciso fazer algo para mitigar os efeitos perversos que a pandemia do bichinho do mal já estava provocando nas áreas econômica e social.

Nas negociações com o Executivo para efetivar o auxílio emergencial, que teve até a participação da oposição, houve alguns episódios emblemáticos. A turma do postoipiranga, que é a dona do cofre, queria pagar módicos R$ 200,00, em contraposição à proposta do Legislativo que era de R$ 500,00. Espertamente o zero-zero entrou na contenda e bateu o martelo: “vamos pagar R$ 600,00”.

O resto é história mais um menos conhecida. O projeto foi aprovado rapidamente nas duas Casas e levado à sanção presidencial.

A operacionalização do pagamento ficou à cargo da Caixa Econômica Federal que teve que fazer um esforço hercúleo para pagar todo mundo em tão pouco tempo. Por causa disso aconteceram as inevitáveis falhas e aglomerações. E que poderia ter sido muito bem ser evitadas se o governo federal tivesse aceitado a coparticipação de estados e municípios que já possuam cadastros próprios dos cidadãos mais carentes, aptos a receber o benefício. Mas como eles (o governo federal) quis faturar politicamente sozinho...

Enfim, o povão recebeu uma grana viva nunca antes vista na sua história e mudou a sua percepção de um presidente que, início do mandato, menosprezou os governadores do Nordeste, os chamando de “paraíbas”.

Animados com esse golpe de sorte, os articuladores do grande irmão agora tentam fortificar o já mencionado Bolsa-Família, o transformando em “Renda Brasil” e assim se apropriar de um do programa sociais mais caros do lulopetismo.

E assim caminha a humanidade.

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