Muito mais do mesmo
17/01/2020
Chegamos em 2020. Sobrevivemos ao primeiro ano do messias, a nova Era que, segundo alguns, acabou com tanta bandalheira e roubalheira que havia no passado.
Já o lado de lá, igualmente categórico, bota a boca do trombone e desfia a quantidade imensa de arroubos autoritários, pirotécnicos e até mesmo grotesco cometidos pelo líder maior e de seus assessores mais próximos.
Aliás mal começamos o ano segundo, e o sempre polêmico Weintraub (chega até mesmo rivalizar com o grande Jair neste quesito) postou nas redes sociais um erro crasso de português (aliás mais um dentre vários). Escreve “impressionante” como uma criança que ainda está aprendendo o be-a-bá. Logo constatado o deslize constrangedor apagou o post, mas o mal já estava feito.
Os canhotos cibernéticos deitaram e rolaram: bombardearam (nas redes virtuais) o ministro da Educação com a mesma intensidade e fúria que os mísseis iranianos atingiram as bases militares norte-americanas no Iraque, na mais recente crise por aquelas bandas.
Falando na barafunda do Oriente Médio, isso também deu pano para manga logo nesse mês de janeiro que pareceu começar tão quente (em não porque estamos apenas no alto Verão).
Bastou o grande Jair emitir uma nota apoiando o chefe do estado maior do trumpistão para que a tempestade nas redes da discórdia recomeçasse. Os esquerdopatas condenando uma ação unilateral, intervencionista e desproporcional do grande poderio do Império do Norte. Já os bolsonaristas vociferando que os canhotos apoiam regimes autocráticos e patrocinadores do terrorismo internacional. Simples assim.
No meio deste debate boca alguém lembrou que o Irã, apesar de todos os pesares, é um importante parceiro comercial do Brasil, sendo um grande importador de produtos primários. Para estes, o país deveria ter entrando mundo e saído calado nessa confusão toda.
Enquanto isso, mesmo com a inflação controlada, o preço do arroz, do feijão e do bife continuam aumentando. Na vida real a vida continua com dantes no quartel de Abrantes.