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A mansão do número um

 

12/03/2021

 

Enquanto o Brasil ingressava na fase mais crítica da pandemia que acaba de fazer aniversário, um dos pupilos do capitão, o senador Flávio Bolsonaro voltava a ser o centro das atenções da imprensa.

Isso porque simplesmente o filho número um do clã resolveu comprar uma mansão numa área nobre da Capital Federal ao custo de nada menos de R$ 6 milhões de dólares.

Como quase tudo que acontece no entorno do presidente esse caso gerou e vem gerando uma série de questionamento e indagações, deixando consternados até os seguidores mais radicais do mito.

Mesmo sabendo que o salário de um senador é bastante polpudo (ao menos em comparação com a grande maioria dos trabalhadores brasileiros) fica difícil entender como o number one conseguiu bancar tão vultuosa compra. Além disso na sua declaração de imposto de renda, em conjunto com a sua esposa, os valores declarados também parecem ser insuficientes para tal empreitada imobiliária. A conta simplesmente não fecha.

Aliás ao longo das últimas semanas outros dados desse caso vieram à tona e colocaram mais fervura na água. A matrícula do referido imóvel foi registrado em um cartório de uma cidadezinha chamada Brazlândia, no meio do sertão goiano. E mais um detalhe: a escritura tem um monte de tarjas pretas que cobrem informações essenciais sobre a mansão. Pela lei, as informações sobre qualquer imóvel devem públicas, acessível a todos.

O nosso amigo mané bem sabe que não é a primeira vez que as ações de Flávio deixam o atual governo em maus lençóis. Todos se lembram do famoso caso das rachadinhas que ocorria no gabinete dele quando ainda deputado estadual da Assembleia do Rio de Janeiro.

Operado pelo seu assessor Fabrício Queiroz, o esquema, que movimentava fabulosas quantias em dinheiro vivo, despertou a séria suspeita de essas rachadinhas (um vício disseminado pelo país afora, diga-se de passagem) poderia estar encobrindo algo maior: a lavagem de dinheiro da bandidagem local.

Esse caso, que abalou o país no ano passado, acabou se arrefecendo com a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de “sobrestar” as investigações que estavam em curso.

Coincidência ou não, nesse interim, o governador do Rio, Wilson Witzel, que, a exemplo de Doria, brigou com o presidente, acabou sendo afastado do cargo.

Há quinze dias, antes desse novo imbróglio do clã e antes da pandemia chegar ao nível catastrófico que agora vivenciamos, a sensação nos bastidores de Brasília era de que um eventual impeachment do mito estava afastado.

Mas como dizia o saudoso Ulysses Guimarães a situação política pode mudar tão rapidamente quanto as nuvens do céu.

Mal-estar

Em entrevista à revista Época o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu sentir um mal-estar por ter anulado o seu voto na eleição de 2018, no segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Admitiu que teria votado diferente se soubesse como seria o atual governo.

Questionado sobre um eventual segundo turno em 2022 entre Bolsonaro e um candidato petista, FHC admitiu que poderia votar no PT.

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