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Tinha gente que não queria largar o osso

 

29/09/2023

 

O episódio já foi comentado nesse espaço, mas vale a pena recordar de novo.

No dia 27 de março de 2020, há mais de três anos, o então presidente da República Jair Messias Bolsonaro estava sendo entrevistado pelo jornalista José Luiz Datena, no programa “Manhã Bandeirantes”, do Grupo Bandeirantes de Comunicação. A certa altura, Datena perguntou direto e reto: “O senhor daria um golpe?”. E o chefe do Executivo da época respondeu se pestanejar: “Quem quer dar um golpe jamais vai falar que vai dar” Essa conversa se deu num clima impressionantemente descontraído, até mesmo informal. Pelo tom coloquial, poderiam estar falando do último jogo do Palmeira, do qual o agora ex-presidente é torcedor confesso.

Corte rápido no tempo e chegamos no dia 20 de setembro desse ano. Num furo de reportagem, a colunista do matutino fluminense “O Globo”, Bela Megale, revela que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que o nosso amigo mané botequeiro, e o resto do Brasil, desconfiava: logo que perdeu o segundo turno das eleições do ano passado, o presidente Messias reuniu o alto comando das Forças Armadas e perguntou da possibilidade de apoio militar num eventual golpe de Estado. Nessa fatídica reunião, além do presidente e dos chefes supremos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, estavam presentes também um advogado constitucionalista e um padre. Além do próprio Mauro Cid, que testemunhou tudo.

O mais revelador dessa reunião é que, ao que parece, o “cavalo de pau” institucional proposta teve o apoio do chefe da Marinha, Almir Garnier. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica, por sua vez, negaram qualquer apoio a qualquer ato fora das quatro linhas da Constituição. Ao que consta, o general Freire Gomes, do Exército, teria até ameaçado prender o presidente numa eventual virada de mesa.

Essas revelações, obviamente, incendiaram o ambiente político na Capital Federal, na semana passada. O atual ministro da Defesa, José Múcio (que é filiado ao PTB), afirmou, na época da transição entre governos, percebia o apoio aberto da Garnier a Bolsonaro. Tanto é que José Múcio conseguiu se reunir com os comandantes do Exército e da Aeronáutica. Menos com Garnier. “Tinha gente que não queria largar o poder”, desabafou.

Apesar do grande constrangimento que a revelação do episódio tem provocado, o ministro da Defesa fez questão de ressaltar o papel que desempenhou as Forças Armadas na transição pacífica que houve entre os dois governos. “No dia 1º de janeiro, as Forças Armadas garantiram a posse do presidente e garantiram a plenitude democrática. Precisamos esclarecer essas coisas e deixarmos de suspeitar de todo mundo para que possamos punir os culpados”, ressaltou.

Ânsia maculosa

Apesar de ter ganhado mais dois ministérios, o dos Esportes e dos Portos e Aeroportos, o Centrão continua ambicionando mais espaço no governo Lula. Agora ambiciona a Caixa Econômica Federal (CEF), hoje sob a presidência Maria Rita Serrano, uma funcionária de carreira do banco estatal.

A sanha sobre a Caixa é tanta, que o Centrão, mais especificamente o PP, o partido de Arthur Lira, presidente da Câmara, quer receber a instituição de “porteira fechada”. Ou seja, quer todos os cargos de cúpula: a presidência e as principais diretorias e vice-diretorias. A CEF, dentre outras políticas públicas, realiza o pagamento do Bolsa Família pelo país afora.

Guerra na Ucrânia

Finalmente aconteceu a reunião entre o presidente brasileiro Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro, de portas fechadas, aconteceu no último dia 20, em Nova York, logo após a realização da Conferência Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

O Brasil, ao lado de outras nações, busca um acordo de paz (ou de cessar-fogo) entre a Rússia e a Ucrânia. Há mais um ano as forças militares de Vladimir Putin invadiram o país vizinho.

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